Não aceito os subterfúgios que me cabem. Converso com estranhos, para deixarem de ser estranhos. Tenho preferência pelos quais, a princípio, não me identifico. Amplia o repertório. Abuso da subjetividade para descobrir peças que funcionam como oásis de inspiração para refletir sobre este mundo recluso, obscuro pela emergência.
O Homem rebenta de querer tudo de uma vez, querer apenas, sem outro feito senão o de querer, aproveitar o tempo reduzindo o próximo, na ânsia de fechar o mundo, de não perder tempo, de ganhar, lucrar, acabar. É a convulsão de um mundo social que se transforma. Quem dera o maior patrimônio fosse a consciência.
Quero distância da solenidade dos grandes acontecimentos, nada de engomar o verbo! Escolho pela observação que valoriza as cenas de total banalidade, com um mergulho sutil na alma do personagem. A distância é relativa, a gente vê o mundo, mas o mundo nem sempre vê a gente.
Boa viajem pela vida, pra todos nós.
Camila Siqueira